quinta-feira, 3 de setembro de 2009


Em meio a infinitude do firmamento, ao desconsolo do meu coração, ao furacão dos meus pensamentos, ao descompasso dos meus atos. Durante o arrastar de uma noite, a única coisa que se fazia visível era você sentado na beira da minha cama.
Eu mal podia ver as minhas mãos, mas enxergava muito bem o seu rosto calmo, como se já soubesse o que iria encontrar. Já eu estava apavorada. Você não sabe como eu ainda fico nervosa com você. Nervosa de amor. Nervosa de rancor. Nervosa de saudade.
Saudade do tempo que quem chegava pelos sonhos era eu. Saudade de quando ficávamos refugiados no seu quarto, imersos nos nossos planos, nos nossos conselhos mútuos, em nós.
Mas, dessa vez, quem chegou foi você, varando um noite muda e difícil. E mudos também ficamos, e o silêncio, que antes era reconfortante, agora me dilacerava a cada hora sem uma palavra. Foi dessa forma como a noite se arrastou. Então, quando eu já estava decidida a te negar a minha atenção, quando o princípio de claridade já começava a incomodar o minha vista cansada, você sorriu pra mim e disse pra eu ter fé.
Mas fé em quê? Você sabe que eu tenho problemas em ter fé. Eu tinha fé em nós, meu bem, e veja só. Você poderia ter passado a noite toda me dizendo como fazer isso, eu te escutaria, você sabe disso. Mas você se limitou a essa frase e a um sorriso terno.
Então, pelo menos nas primeiras horas daquele dia, eu tive fé, certeza. Porque fé, quando não se tem, se inventa.

2 comentários:

alana. disse...

o seu vazio poético definitivamente passou, agora é plenitude e das melhores! só que eu fiquei angustiada por você e eu consigo ver o corpo sentado nessa foto.. eu ando tão covarde que acho que não ia querer essa visita. sério, meu coração tá apertado aqui, deve ser a macumba! hahaha


"aponta pra fé e rema.."

obs: isso aconteceu de verdade, né? :x

Tha disse...

ai, panda. eu amei esse texto. que lindo lindo lindo.
e fiquei triste por vc.
ai, baby, fica bem peloamordedeos.
TEAMO.