domingo, 1 de novembro de 2009

meus e tenho dito.


Meu café é sem açúcar. Meus suspiros não são de saudade, nem de amor. Meus dias e as minhas noites são filhos do mesmo pai, o cotidiano. Meu ser sociável foi comprar cigarro e até hoje não voltou. Minha trilha sonora é embalada pelo tiquetaqueando do relógio. Minhas lágrimas não valem as pitangas dramáticas da novela das oito. Meus amores platônicos decidiram se atualizar e me trocaram por Weber ou Comte, ainda não sei o certo. Meu universo se expande em hormônios e íons, mas entra em caos com equações trigonométricas. Meus sonhos são baratos, valem centavos na padaria da esquina. Minha caverna tem parede verde, uma cama confortável e uma porta constantemente aberta, mas que eu não atravesso.
Mas essas coisas são minhas, sabe. Transbordam a minha existência tímida e depois me sufocam, mas nunca me deixam.

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