Vivia no seu mundinho, sua imagem no espelho era mais alienadora do que as sombras no fundo da caverna de Platão. Porém, de vez enquanto, ela sentia um negocinho diferente no fundo do estômago - ou seria na cabeça, no coração ou no corpo todo?
Era um formigamento meio estranho, como se algo estivesse na eminência de surgir. Seria um novo ser, um novo órgão, uma nova doença?
Nesses momentos de indagação ela percebia que seu reflexo no espelho não fazia tanto sentido, na verdade, parecia mais uma figura tosca, disforme e beirando ao assustador.
Desta vez o formigamento aumentou, seus pés pareciam que tinham vida própria e queriam sair correndo dali - com ou sem ela.
Ela também queria sair correndo, queria segui-los para qualquer lugar, mas simplesmente estava estática de medo - acabara de perceber que o seu mundo não existia.
Formigamento. Náusea. Vertigem. Seu reflexo havia sumido.
Agora, ela só queria abraçar o mundo. Ela queria ser o mundo - sem espelhos.
3 comentários:
eu sempre gosto dos seus textos, me agrada o jeito que você é escreve e as sus referências, por exemplo, a caverna de Platão. eu adoro a caverna de Platão, sério! UASDASDASDSDDIUAHDUAI, acho que foi uma das poucas coisas que eu aprendi em filososfia. triste isso.
ela se livrou das sombras.
não deixe que ela olhe mais o espelho. teoricamente ele reflete a nossa imagem, mas quem é melhor do que nós para dizer a imagem que temos? ninguém precisa de espelhos. o espelho é o nosso coração, a nossa mente, o nosso corpo.
se a imagem dela for parecida com a sua, avisa que ela é gatíssima ;)
caralho que texto bom
Cara, gostei desse blog. Eu já te vi comentando no blog "O fabuloso(?) destino". Bateu curiosidade, vim aqui.
Gostei do que vi, você escreve coisas legais e alguns textos tem idéias parecidas com as minhas.
^^
Muito bom.
Passarei aqui depois.
=)
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