Tempo é algo completamente abstrato, para mim. O fato de ter um relógio, ponteiros girando indiferentes aos fatos e a sucessão de dias e noites, não me fazem crer nele; o tempo, pra mim, continua sendo algo abstrato. Na verdade, é algo abstrato e tendendo para "não compreendo e serei mais feliz sem compreender".
Porém, ultimamente, com toda essa objetivada que está sendo imposta a mim - e por mim - o conflito entre o abstrato e o concreto está acabando comigo.
Tento, de verdade, conciliar minhas necessidades com o tempo "mano velho", mas ele não me compreende e não percebe o que eu preciso.
Tenho minhas teorias sobre o tempo, mas, agora, eu tenho certeza que ele está malcomunado com o meu pai - certeza- ambos tem a incrível habilidade de me privar das coisas que eu mais quero e de não deixar eu fazer o que é "necessário".
O tempo, concreto, existe. Eu sei que existe, não estou ficando louca. Acaba com as coisas, faz surgir ruguinhas, aparecer gordurinhas e todas essas coisinhas que estão no diminutivo, justamente, por incomodarem tanto.
Mas esse tempo cronometrado não me convence, quase me ilude, mas não me completa, só me tira as coisas.
Talvez - bem talvez - eu não saiba mesmo lidar com tudo isso e fim, mas eu não acredito muito nisso, prefiro minha teoria da união maléfica entre o meu pai e o tempo.
É, certeza.
p.s: Queridos leitores anônimos ou inexistentes, perdoem a minha ignorância mas é malcomunado ou mancomunado? Recorri ao dicionário, aos espertos de plantão no msn mas não tive respostas satisfatórias. Mancomunado existe no dicionário mas, sinceramente, eu sempre ouvi malcomunado. Burrice crônica ou distúrbios auditivos? sei la.
p.s.2: Parabéns para minha progenitora que me colocou nesse caos e que me ama. Parabéns para mim, que aturo a minha progenitora, transforma a vida dela num caos e que a amo.